Nossa
cidade ainda era uma “vila” quando o cidadão Carlos Eugênio
Fontaine, requereu licença à Câmara Municipal para instalar uma
tipografia. Esta se incumbiria também de publicar um periódico
(jornal), com fins literários e comerciais. Era o “Comércio do
Litoral”.
A
licença foi concedida em 26 de Julho de 1854 e seu funcionamento foi
na Praça da Matriz, nº 16.
Em
08 de Outubro de 1855, surgiria um concorrente:- “O Jaguarense”,
editado por Pedro Bernardino de Moura & Cia, que obteve licença
para funcionar à Rua do Triunfo, hoje Rua Júlio de Castilhos,
esquina com a Rua Carlos Barbosa.
Este
jornal tinha a preferência através de contrato, para publicar os
atos da administração da Vila. Porém durou pouco tempo, a Câmara
deliberou e considerou nulo o contrato. Isto aconteceu porque o
redator não estava cumprindo o compromisso assumido com a Câmara e
ainda proferia injúrias e ofensas graves aos legisladores. Isso
ocorreu em Abril de 1856, quando foi suspenso o contrato.
Naqueles
tempos, era comum a publicação de artigos insultuosos contra as
autoridades constituídas ou visando pessoas de posição social mais
elevada.
Em 12 de Abril de 1875, saiu o primeiro número do
jornal denominado “A Égua”. Na verdade um panfleto, distribuído
gratuitamente, e segundo a história, de linguagem bem vulgar. Não
poupava nem as autoridades judiciárias e muito menos a população.
Em
1878, surgiu o jornal “A Pátria” – O Atalaia do Sul já era um
veterano, contava 16 anos de existência.
Parece
que Jaguarão teve no passado uma “vida jornalística” bastante
agitada. Isso se deduz pelo número de jornais que circulavam
simultaneamente. Em 1868 circulavam o “O Echo Jaguarense”, - “O
Argos”, - “O Onze de Julho”, - “O Santelmo do Sul”, e o
“Atalaia do Sul”.
O
Jornal denominado “A Lei”, publicado em 1862 era dirigido pelo
Conselheiro do Império, Dr. Henrique d´Ávila, com uma publicação
de feições distintas e estilo elevado.
Existiram
ainda “A Ordem”, um importante jornal que circulou de 1875 à
1904.- Tanto este jornal como também o “Diário Jaguarense” que
circulou de 1885 à 1910, pertenceram à Pedro Maria Carriconde.
Outro
que pertenceu ao grupo dos importantes, foi a gazeta “O Comércio”,
criada e dirigida pelo jornalista Eduardo Lacombe. Circulou de 1895 à
1911, um diário de grande formato e bem cuidada matéria de redação.
Entre
os mais de 130 jornais que circularam no passado, ainda podemos
citar, - “A Situação”, porta voz oficial do Partido
Republicano, - “A Razão”, “A Tribuna do Povo”, mantido pela
dissidência republicana.
Tivemos
ainda de 1866 à 1887 editado pela Biblioteca Juvenil um semanário
denominado “A Instrução” e uma revista publicada pelo Ginásio
Espírito Santo, em 1908, intitulada “O Ginasial”.
Ainda
há muitas coisas a ser falado sobre a imprensa local de antigamente
para uma próxima oportunidade.
É
isso aí, um abraço e até a próxima edição.
Fonte:
Bibliot. Publ. Mun.- Impr. Local 1971
Edição
de 25/03/2015 Ano IV nº 205
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