O Mercado
Público de Pelotas me lembra uma Estação Central. Vejo fotos
antigas e vejo árvores e ônibus que por ali passavam e paravam.
Enquanto varro as bitucas de cigarro deixadas pelos clientes e
transeuntes, imagino quanta história impregnada naqueles
paralelepípedos. Ali devem circular mais de trezentas pessoas por
minuto, se bem que o índice populacional cresceu, imagino naquela
época.
O Mercado
é ponto de encontro é passagem é sítio é espera é parada rápida
prum lanche. É peixe em Semana Santa e presente em fim de ano. As
amizades vistas ali são inimagináveis, pois ali todos são iguais,
o Mercado tem disso, torna a todos, quase, a mesma pessoa.
Engraçado e curioso é a diversidade de público. Ora mais ora menos
está montada ali uma estrutura para algum evento por vezes
desconhecido, não saiu em programação alguma. Teatro de Rua,
encontro religioso, sorteios de loterias, atividades acadêmicas,
feiras de antiguidades e de alimentos, shows, brigas, passeatas e
manifestações, festas de torcida, excursões, chegadas e partidas,
eventos da vida profissional e emocional. Ente um café ou um chope
lágrimas de tristeza ou alegria é o olho do furacão e ao mesmo
tempo o bálsamo dos fins de tarde.
Essa é a
volta dos Mercados Públicos onde o amor renasce no coração das
cidades. Charme e simplicidade com pitadas de história e estórias
que vão se escrevendo a cada dia como heranças deixadas de avós
para netos. Bons tempos retornarão e como cenário esses templos da
cultura popular.
Edição de 22/10/2015 Ano VI nº 235
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