Não tem
Brasil e nem Uruguai, a fronteira continua a assistir o maior
campeonato de seleções do Continente sem os países hermanos. Ambos
jogaram sua realidade atual e mostraram que o processo de renovação
pode vir a ser longo e complicado. Sabemos que há muito tempo não
tem mais bobo no futebol, os sacos de pancadas sumiram, pelo menos na
América do Sul, com exceção da Bolívia que continua com um
futebol medíocre e sem futuro.
Na peneira das quartas de final confrontam-se em dois jogos de tirar
o fôlego as quatro seleções, que ao meu ver, são sim as melhores
do Continente. As semi-finais da Copa América serão representadas
pelo jogo de combate e não o jogo bonito. Tanto Chile, Argentina,
Paraguay e Perú jogam em cima de marcações fortes e um futebol
moderno, como citou meu amigo Felipe Rosales, diferentemente do jogo
retrancado do Uruguai ou o jogo burocrático e sem graça do Brasil e
da Colômbia.
O Chile,
sorrateiro e desesperado por levantar um título importante e
internacional pela primeira vez, chegou à Copa, talvez, com a melhor
seleção de todos os tempos da terra de Allende. Nem na época de
Salas e Zamorano o time de Sampaoli conseguiu reunir tantos jogadores
habilidosos, e o melhor, do meio pra frente, o que o faz ser um time
goleador e difícil de aguentar quando pressiona. Ainda mais em sua
casa, onde tem assistido ao espetáculo de um grande público de um
povo fanático necessitado de copas.
O Perú,
adversário do anfitrião, mostrou desde o primeiro jogo, mesmo com a
derrota para o Brasil, que veio da mão do técnico Gareca para jogar
futebol. Veio retocar aquele detalhe que o põe entre as quatro
melhores seleções da América e que, se jogar bola nos 90 minutos
da semi, sem se retrancar, pode surpreender e brigar pelo título com
o vencedor do outro confronto. Volto a destacar o jogador Farfán, o
meia atacante desenvolve com Lobatón todo o tramite bem jogado do
meio de campo Incaico.
A
Argentina vive num relógio de areia, tão desesperada como o Chile,
para dar a sua torcida um caneco levantado pelo seu astro Messi é a
que chega com melhor desempenho no torneio, não em gols, mas em
posse e toque de bola e em finalizações. Digo que a Argentina é a
Alemanha da América. Consolida uma base de jogadores trazida desde o
começo da década e apresenta o elenco mais equilibrado de todos. Em
todos os aspectos o ex-time de Maradona é o grande candidato. Vice
no mundial e dona de um retrospecto justo a albi celeste está com
fome de taça e com sangue no olho, pronta para passar pelo Paraguai.
O
Paraguai chega à semi com mérito de poucos. Fez uma ótima
campanha, considerando-o como um dos menos cogitados à
classificação. Conseguiu empates com as tradicionais seleções da
Argentina e do Uruguai, e segurou o Brasil, também com empate, que
vinha no seu melhor momento, no embalo da renovação e da adaptação.
Contra a Argentina procurará seu jogo épico, cientes de que uma
semifinal é quase um cartão de visitas para demonstrar a fibra e
identidade do finalista. Quanto mais batalhada seja a luta melhor
chega-se ao duelo do dia 04 onde se conhecerá o novo campeão das
Américas.
A
propósito, os quatro técnicos são Argentinos.
Nos
palpites anteriores acertei em partes os empates dos jogos do Brasil
e Argentina, porém com gols, a esperada vitória do Perú, errando
na precisão do resultado, e como bom torcedor errei o jogo que
eliminou o Uruguai.
Para esta
rodada palpito:
Chile 2 x
1 Perú
Argentina
1 x 0 Paraguai
Edição de 02/07/2015 Ano VI nº 219
Nenhum comentário:
Postar um comentário