por Guilherme Larrosa
Nesse momento, estou
com meu carro carregado de objetos de costura, lãs, carreteis,
manequins e cestas de aviamentos. Dentre esses objetos, digito esse
texto no meu computador enquanto viajo de Monte Belo do Sul até
Cotiporã, onde será gravada a cena da costureira da cidade.
Esse tipo de produção
de arte, me remete à infância – não sou da década de 60, ok? Mas
lembro dos pertences dos meus pais...mas relembrar as revistas que
minha avó tinha, os objetos de cozinha que muito brinquei e os
mobiliários da época. Ainda mais aqui no sul, o resgate desse
material nos antiquários trazem de volta na memória os almoços de
domingo daquela época.
A cada semana que
passa, o trabalho aumenta, pois a demanda cresce a cada ideia nova
que surge no set de filmagem. Essa semana grava a cena da famosa
central telefônica, que com muito suor e cara de pau, descobri no
alto da cidade de Salvador do Sul. O cenário está quase pronto e
acredito que terá um peso forte no filme, pela arquitetura do espaço
e pela composição de elementos. Nessa mesma semana, temos que
produzir 3 cenários novos e desproduzir 2 antigos, devolver todos os
objetos para os fornecedores – cada um no seu devido lugar –
coisa de louco.
Estamos chegando na
metade das gravações, e depois de todo esse tempo aqui na serra, em
contato com todo mundo envolvido, já começa a bater saudade dos
amigos que fizemos, os motoristas, os contra-regras, os ajudantes que
nos acompanham nesse sofrimento bom, esse desgaste prazeroso de fazer
arte no áudio visual.
Quero chegar no sábado,
com tudo isso gravado, equipe satisfeita e partir pra próxima
semana, que vai ser um pouco mais tranquila – porque as últimas...
3 casas inteiras me esperam para mobiliar e colocar todos objetos. Já
vou pensando no meu roteiro de férias pós-filme, porque 3 meses de
trabalho intenso merecem umas férias! Isso se eu não engatar em
outra série, quando voltar pra casa, no Rio.
Edição
de 29/04/2015
Ano VI nº 210
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