No Chile
Calbuco desperta e anuncia, do outro lado da esfera o inevitável, o
irreversível, o desastre de Nepal. Não que uma coisa tenha a ver
com a outra mas explosões e rachaduras na Terra são normais e
simultaneamente o globo balança entre tufões de Xanxerê e
deslizamentos em Salvador. Nada que se possa fazer, mesmo respeitando
a natureza e aclimatando o efeito estufa, somos parte de uma biosfera
com vida e morte, que pulsa e também sangra. As vítimas nossas
impotentes condolências.
Galeano, agora Abujamra. Morrem também os intelectuais, o que resta
entre os escombros da genialidade é a eterna sabedoria implicante
que deixam estes ensaiadores da contracultura e do teatro da vida
real.
No Sul,
em meio ao caos da violência que começa a se comparar com o centro
do país, o Governador brinca de transparência, se adona de termos
alheios e pinta a cara do povo de palhaço. Mas no manual das
eleições ausentaram-se suas propostas, mesmo assim, o povo gaúcho
preferiu a prática fascista do anti petismo sem medir consequências.
Sartori e Tiririca, mera coincidência.
Execuções
na Indonésia e nos Estados Unidos, por tráfico e por racismo,
consequentemente. O Mundo e suas contradições batem cabeça em leis
antigas desamparadas, e o pior, copiadas de um país dominador.
Entenda-se o retrocesso na lei anti maconha, anti aborto, e anti
casamento homo afetivo.
Para
finalizar, enquanto o mundo apresenta essas belezas, os brasileiros
comemoram os 50 anos do câncer que assola o país na antessala da
ditadura, e na ditadura que hoje se fantasia de democracia. Assim
vamos de mal a pior, enquanto a cegueira continua desmatando a
natureza e a identidade da alma a turma grita gol, o funk da
periferia estoura seus foguetes, a prostituta se apaixona e o
traficante se vicia, vale a pena rir de novo. A propósito, em Cuba
tudo bem, Fidel vivinho da Silva, levando aos States vacinas contra o
Câncer. O que ninguém vê.
Edição
de 29/04/2015
Ano VI nº 210
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