Grupo Americando
após apresentação no
Teatro Esperança, no Projeto Jaguar (1983)
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Por Carlos
José Maninho
As
primeiras discussões em relação às políticas públicas para o
patrimônio remetem ao início dos anos 80, conturbado período
político-econômico, onde vivia-se os últimos anos da ditadura
militar. Não se pode dizer o mesmo com relação ao debate das
políticas patrimoniais, pois o Brasil, sofreu uma influência
positiva dos debates sobre o Patrimônio oriundos da ONU e do Ano
Europeu do Patrimônio (1975).
Dentro
deste contexto nacional na década de 70, os debates fomentados pela
sociedade civil em Jaguarão gestaram projetos que levaram adiante
ações que resultaram no levantamento arquitetônico dos prédios da
cidade, na forma de inventário, com vistas à preservação do
patrimônio. O projeto considerado “pioneiro”, desenvolvido no
começo dos anos 80, denominado “Jaguar”, englobou diversas ações
além do inventário, entre elas a utilização de espaços culturais
como o Teatro Esperança e a valorização das ruínas da Enfermaria
Militar.
Nesta
longa caminhada, os primeiros registros de uma preocupação com o
Patrimônio histórico e arquitetônico da cidade se dão neste
período e contaram com mobilizações e movimentos da sociedade
civil que chamavam a atenção para a necessidade de revitalização
de nossos prédios, espaços públicos e locais de interesse
cultural.
Assim
começa a tomar corpo a ideia de revitalização de Jaguarão.
Podemos citar o Plano Diretor da cidade de 1979 que definia a
preservação do entorno da Praça Alcides Marques, mas se resumia a
esta área. Efetivamente, as primeiras movimentações neste campo
vão se dar através de ações não governamentais como o Projeto
Jaguar, no ano de 1982, movimento que irá influenciar muitas pessoas
e entidades da comunidade. Após a primeira eleição depois da
Ditadura (1985), o prefeito eleito, Fernando Correa Ribas,
entusiasmado com a movimentação deste projeto, institucionaliza
algumas atividades e começa a organizar a revitalização das Ruínas
da Enfermaria, acarretando a criação de um parque no local. Com a
morte deste prefeito em um acidente automobilístico o parque acabou
levando seu nome. Porém na década de 90 as novas gestões acabam
gerando um novo e forte abandono deste local. Contudo, importantes
frutos do Projeto Jaguar germinaram nas últimas duas décadas do
século XX. Apresentarei este processo na minha próxima
participação nesta coluna.
Edição de 06/05/2015 Ano VI nº 211
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