Impossível
não pararmos para pensar na situação política atual do Brasil.
Vínhamos de um país em crescimento, com pleno emprego e ascensão
da classe trabalhadora. Após uma disputa eleitoral acirrada e
polarizada entre PT e PSDB, onde Dilma Roussef foi reeleita. Os
ânimos se exaltaram mais ainda. A grande mídia, junto aos partidos
de oposição vem tentando abalar a confiança do brasileiro em
relação aos políticos e à política e principalmente vem tentando
desestabilizar o governo e a presidenta eleita democraticamente.
Recentemente
foi divulgada a lista da Operação Lava Jato, tão massificada pela
Rede Globo e suas afiliadas e qual não foi a surpresa? Não há
indícios de que Dilma esteja envolvida em esquemas de corrupção.
Já alguns partidos que fazem oposição sistemática ao governo e
que tem incitado o ódio e a disputa de classes no país, como o
Partido Progressista (PP), teve o recorde de parlamentares
envolvidos. Todos os deputados federais gaúchos do PP estão
incluídos na lista junto á outros 46 senadores e deputados.
Portanto o momento requer calma e principalmente informação e
crítica.
Pedir o
impeachment de uma presidenta eleita democraticamente e que não tem
indícios, nem provas de envolvimento em qualquer ato de corrupção,
não será uma ameaça à democracia? O desgaste que os partidos de
oposição tem feito ao governo e a política como um todo, não
atinge somente o Partido dos Trabalhadores, mas atinge sim o povo
brasileiro. Que tem alcançado níveis de desenvolvimento nunca antes
alcançados, que saiu da miséria, que acabou com a fome. Ir para a
rua no dia 15 de março , não é ir para a rua para pedir mais
igualdade social ou mais investimentos públicos, ou para pedir uma
justiça tributária. Sair para a rua no dia 15 de março é
engrossar as fileiras de um pedido de derrubada de uma presidenta
eleita democraticamente. É atentar contra a democracia, tão suada e
desejada. É atentar sim, contra a soberania. Há interesses por trás
de tudo isso.
Fernando
Henrique Cardoso foi o anfitrião de uma das reuniões mais
reveladoras e constrangedoras dos últimos dias. Exatamente a 27 de
fevereiro, durante almoço no Instituto FHC, o ex-presidente
enrolou-se mais uma vez numa proposta de ação política a respeito
da passeata pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Estavam
presentes os mais influentes tucanos, como o senador Aécio Neves
(MG), presidente da legenda, os senadores Tasso Jereissati (CE),
Aloysio Nunes Ferreira (SP) e José Serra (SP), além do senador
Cássio Cunha Lima (PB).
“Tem de
ficar claro que nós apoiamos, mas não somos promotores”, orientou
FHC.
Por outro
lado, Aécio Neves, já sem a brandura mineira nos olhos, usou o
mesmo disfarce: “Temos de estabelecer esse limite, ter esse
cuidado. Não será iniciativa partidária”.
Os
tucanos vão para a tocaia. Empoleirados numa árvore seca, sem
folhas e sem frutos, torcendo, porém, pelo sucesso das manifestações
de 15 de março, batizadas de “Impeachment Já”.
O
ex-presidente FHC é recalcitrante. Recentemente saiu do escritório
dele uma consulta ao advogado Ives Gandra Martins sobre a
possibilidade de propor o impeachment de Dilma.
Com
certeza os que não se alimentam do ódio, do antipetismo ou do que a
grande mídia reproduz sistematicamente terão prudência, muita
prudência antes de atirar-se à rua no dia 15 de março ou então
farão parte, talvez, de uma das tantas páginas tristes que a
história deste país tem a contar.
- Este artigo contém informações da Revista Carta Capital
- Edição de 11/03/2015 Ano IV nº 203
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