Por Cleomar Ferreira
Sempre que passo pela
beira do rio, (Av. 20 de setembro, esq. Gen. Osório ), me chama
atenção um “coqueiro” ali existente. Quase no final da fila,
onde estão outros de sua espécie. Ao contrário dos outros, parece
que luta para manter-se em pé. Seu caule tomado por alguma “doença”
ou “parasita”, está longe de ter a mesma robustez dos outros. –
É fino, parece frágil, talvez quebre a qualquer momento. Mas ele
permanece ali, insistente, fazendo o seu papel na fila.
Quantos
ventos e temporais já enfrentou em sua jornada, naquela avenida
aberta?! – Mesmo na sua aparente fragilidade, ainda produz, ou ao
menos tenta. Já esteve pior, quase seco. Persistiu e hoje está com
folhas e frutos.
Passa despercebido, sem
chamar atenção, mas segue seu ritmo, produz talvez para si. Para
provar ou contrariar a natureza. Posso chama-lo de “Herói da
Resistência”, pois para mim, comparando com os outros é assim.
Para os outros, frondosos e fortes, é fácil produzir, mas e pra
ele ?? –
É um bravo que não
tem reconhecido o seu valor. Assim como o nosso rio, que desempenhou
um importante papel na famosa data de “27 de Janeiro”, impedindo
que o cerco a “Vila de Jaguarão fosse completo e com isso mudando
certamente o rumo da história. No limite de suas forças, resiste
assim como a Vila.
Essas coisas, plantadas
no meio do caminho, sempre me chamam atenção. Não estão ali por
acaso. Poderia ser um animal, um objeto qualquer. Nos mostram
exemplos. Nos fazem enxergar que cada um pode ter seu ritmo próprio
e mesmo assim fazer o mesmo papel dentro de uma sociedade ou na vida
de um modo geral. Não adianta querermos ser os coqueiros fortes e
frondosos se não enfrentarmos e vencermos primeiros as nossas
limitações. Vencermos a nós mesmos é um grande desafio.
Deixo este texto como
mensagem de reflexão aos amigos leitores desta coluna.
É isso aí, um abraço
e até a próxima edição.
Edição de 04/03/2015 Ano IV nº 202
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