Um espaço aberto para o leitor

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

As coisas que a gente aprende

Por Vicente Pimentero 
Na vida somos instruídos desde bebês sobre as coisas boas da vida, ou nem tão boas, mas sobre aquelas coisas que a gente aprende, por bem ou por mal, e que naturalmente formam nosso caráter. Eu, por exemplo, aprendi a cumprimentar as pessoas desde criança. Lembro que era uma chatice ter que chegar num aniversário ou reunião familiar e ter que cumprimentar um por um, numa volta olímpica de beijos e apertos de mãos e bochechas. Uma ante-sala para sair correndo. Aprendi também que dar bom dia, boa tarde ou boa noite, era uma obrigação moral de boas vindas. Aprendi a me despedir, ao menos do anfitrião, de mandar à merda. Sabe que às vezes nem a isso nos mandam. Deve ser falta de educação. Ou de aprendizado. 

Aprendi a pedir por favor, a agradecer, a respeitar o próximo. Aprendi também a ter paciência, a pedir licença e a dar lugar aos mais velhos, a não atropelar o atropelamento. Mas assim como a gente aprende, desaprende também, pois quando a música da vida não tem harmonia, você conta até 10, respira fundo, e não vira um primata por causa da falta de educação e respeito dos demais. Dizia Sartre "o inferno são os outros". Os outros são aqueles que não compatibilizam com tuas normas de comportamento e convívio social. 

Se há uma coisa que me deixa puto da cara é chegar a um estabelecimento, dizer bom dia, e as pessoas te ignorarem como se o errado fosses tu. Juntar o meu próprio lixo durante quadras até achar um lugar apropriado e ver um incapacitado social jogar qualquer papel no chão. Tem coisas que se aprendem e coisas que querem se aprender. Neste mar morto de inúteis e incapacitados a lei da vida, basta educar os nossos, passar adiante aquilo que nos é importante. Educação deixa o ar mais leve e as silhuetas da convivência dançam uma valsa de compreensão e respeito. As coisas que a gente aprende, beber muita água, pôr limão em tudo, praticar caminhadas, fazer muito sexo, e principalmente, colaborar para que as mazelas do corpo liberem teus Chacras para que fluam as boas vontades do teu corpo, da tua mente, da tua alma, tudo dicas que aprendi no decorrer da vida para uma boa saúde. Menos televisão, mais leitura, mais imaginação. As coisas que a gente aprende podem ser horríveis, vá saber quem as ensina, ou se as ensina. Basta viver, observar, dialogar, escutar, contemplar. Morreremos sem saber tudo, mas enquanto vivamos façamos daquele ditado a maior verdade da nossa existência, "vivendo e aprendendo". A todos uma bela semana de aprendizados.

Edição de 21/01/2015 - Ano IV nº 198



Nenhum comentário:

Postar um comentário